sábado, 30 de junho de 2018

Segunda Etapa


Teoria e cálculos

  Objetivo Geral: A equipe deve elabora, projetar e construir uma catapulta seguindo o modelo trebuchet, com a função de lançar um projétil, bola de golf, e atingir o máximo alcance.
  Objetivo especifico: Construir uma catapulta, utilizando em sua estrutura palitos de churrasco, cola e polímeros; O dispositivo deverá medir 500~700 milímetros de altura, 400~500 de largura X comprimento; A catapulta possuirá um estrutura capaz de suportar um contrapeso de 1 quilograma, integrado ao sistema de lançamento com cabos de cadarço de tênis ligados a um suporte de couro; Deverá conter também um sistema de elevação, feito com roldanas de nylon e cadarços de sapato.


Para a construção da catapulta foi necessário explorar algumas vertentes da física mecânica estudadas durante o curso, dentre elas o movimento oblíquo relacionado ao lançamento do projétil, a teoria de conservação de energia, o momento de força e o momento angular, popularmente conhecido como torque. 

 O lançamento da bolinha pela catapulta é um movimento em duas dimensões, tido como um Movimento Oblíquo de forma que há duas componentes da velocidade, uma horizontal, representada como um vetor v, que obedece um movimento uniforme e outra vertical, um vetor y, que segue a equação do movimento em queda livre [1]. Dessa forma, o móvel inicia a trajetória com uma velocidade inicial partindo da origem do plano cartesiano e definida por um determinado ângulo, logo o vetor velocidade do objeto é a resultante da velocidade horizontal e vertical da partida pelo braço da catapulta.


Figura 1:Movimento Oblíquo de um projétil. Disponível em:
 https://vamosestudarfisica.com/lancamento-o-que-e-lancamento-obliquo/
Equação 1:  Fonte própria.
 Pode-se analisar que a gravidade é uma força constante na direção vertical, para baixo, portanto a componente horizontal da aceleração é nula, enquanto a componente vertical será -gt em qualquer posição [1] , logo aplicando conceitos da cinemática as fórmulas empregadas nesta situação são:
Equação 2: Componentes da velocidade. Fonte própria
 Equação 3: Componentes da posição. Fonte própria
 Onde v é velocidade (m/s), g é a constante gravitacional (9,79m/s2), t é tempo (s) e x e y são as posições no eixo cartesiano (m).

 Para calcular o alcance primeiro utiliza-se a equação da componente “y” da velocidade ( Equação 4) para descobrir o tempo de voo da bola de golfe, igualando ela a 0, visto que a velocidade nesse instante é zero, então encontra-se o intervalo de tempo “t” necessário para ela atingir a altura máxima. Com isso, multiplicando esse valor por dois (2t), temos o intervalo de tempo total da bola no ar. Logo, 
Equação 4: Tempo alcance máximo. Fonte própria.
 Depois, substituímos esse tempo e as equações 2 (componentes da velocidade) na função da posição da componente “x” para encontrar, a partir desses valores, o alcance máximo do lançamento, assim, encontramos a seguinte equação:
Equação 5: Alcance máximo. Fonte própria.
 Onde v0 é a velocidade inicial; θ o angulo de lançamento e g a gravidade local.
 Assim, analisamos que ∆x é uma função que depende da velocidade inicial, do valor da gravidade e do ângulo de lançamento. Com o valor do ângulo que queremos variar monta-se a equação 6 e é possível encontrar o ângulo para o alcance máximo igualando a primeira derivada dessa função a 0, logo:
Equação 6. Fonte própria.
Equação 7: Derivada da equação 6. Fonte própria.
 Assim, o ângulo que dará o alcance máximo será o seu seno, seja igual ao seu cosseno, ou seja, 45 graus.
 Substituindo o valor do seno e cosseno de 45 graus na equação 5, é possível encontrar a equação que dará , então, o alcance máximo :
Equação 8: Alcance Máximo. Fonte própria.
Logo, substituindo os dados coletados pela equipe na equação 8, g= 9,79m/s2 e v0= 3,33488 m/s (encontrada através da teoria de Torque adiante), encontramos que o alcance (∆x) é 1,13 m. 

 Outro conceito importante é o Princípio da Conservação de Energia, o qual diz que toda perda de alguma forma de energia é compensada pelo aparecimento do mesmo valor de energia, em outra forma. Então, quanto ao lançamento do objeto pela catapulta, duas energias são consideradas, a Energia cinética e a Energia Potencial Gravitacional, a primeira associada à energia que um corpo possui em decorrência de seu movimento e a última ao estado de separação entre dois corpos que se atraem mutuamente através gravidade [2]. Dessa forma, 
no instante inicial, a única energia que há no sistema é a potencial gravitacional da anilha, que se encontra erguida e acumulando essa energia para arremessar a bola de golfe, logo, essa energia será :
Equação 9: Energia inicial (potencial). Fonte própria.
 Onde, considera-se Ea energia potencial inicial, m a massa da anilha (1,161 kg), g a gravidade (9,79 m/s2) e h a altura da anilha em relação ao solo (0,545 m). Dessa forma essa energia será igual a 6,19 J, porém, no instante do lançamento a igualdade será:
Equação 10: Energia no lançamento. Fonte própria.
Sendo m1 a massa da anilha, h0 a altura inicial da anilha, m2 a massa da bola de golfe, h1 a altura em que a bola é lançada e v será a velocidade de lançamento da bola de golfe.

 Ademais, quanto à estrutura da catapulta existe o Torque, ou o momento de força, o qual define-se como a força que faz um objeto adquirir aceleração angular, girando em torno de um eixo [3]. Essa força é relacionada ao movimento resultante do braço da catapulta, de maneira que a força aplicada e a distância entre seu eixo de rotação irá interferir na rotação. Então, para que haja a movimentação do sistema esse movimento deve ser diferente de zero, chamado de torque dinâmico. 
      
Figura 2: Ilustração teórica. Disponível em:
 Analisando as forças atuantes na catapulta (Figura 2), percebemos que a força ideal, ou seja, a que daria maior torque, é quando esta se encontra perpendicular ao braço da catapulta. Para isso usaríamos a seguinte fórmula:

Equação 11: Torque. Fonte própria



theta

 Onde considera-se r , como o d1 ou d2 na figura 2, que é a distância do ponto fixo ao contra peso e  ao projétil respectivamente; e F é a força que atua no contrapeso e no  projétil. 


 Pela fórmula também fica claro que se aumentarmos a distância entre contrapeso e ponto fixo (r)  aumentaríamos o torque, o mesmo ocorreria se usássemos a força perpendicular ao braço [4]. Entretanto, há pouco a se fazer para garantir que a força esteja perpendicular ao braço a todo momento, além de ser muito difícil aferir o ângulo formado entre a força peso ( F1 e F2 ) e suas decompostas. Devido a isso iremos usar somente as forças peso F1 e F2.

Sabendo que o somatório do Torque nada mais é que o torque total, ou seja, o Torque no contrapeso menos o Torque no projétil [1], logo escrevemos da seguinte forma:
 Equação 12: Somatório de torque. Fonte própria.

Vale ressaltar que deve diminuir o torque no contrapeso pelo do projétil, pois o sistema é uma alavanca. Além disso, como estamos aplicando torque a um móvel podemos  relacioná-lo com Aceleração Angular  do sistema, ou seja, a aceleração que em que o ângulo variará usando as seguintes relações:
Equação 13: Torque e Momento de Inércia. Fonte própria.
 Onde I é o momento de inércia e  α a aceleração angular.

 Para aplicar tal conhecimento é necessário realizar o somatório do momento de inércia (Equação 9), pois diferentemente do torque, o qual subtrai os termos, este não gera movimento [4]. 
Equação 14: Somatório do Momento de Inércia. Fonte própria.
 Sabendo disso podemos isolar o α, utilizando as relações anteriores, para então aplicar na fórmula a seguir para encontrarmos a velocidade angular na saída do projétil:
Equação 10: Velocidade Angular. Fonte própria.
Equação 15: Velocidade Angular. Fonte própria.
 Onde, W = Velocidade angular final (rads-1), Wo= Velocidade angular inicial (rads-1), α= Aceleração angular (rads-2) e  θ= Deslocamento Angular (rads).
 Sabendo que o projétil parte do repouso e que a sua posição inicial será considerada como 0º, então Wo equivale à zero. Logo, determina-se a velocidade angular (W), em uma certa variação angular (V), a partir da equação 16:
Equação 16: Velocidade Linear. Fonte própria.
Após isso, teremos a velocidade de saída do projétil, e consequentemente o alcance esperado. Através dos conhecimentos aqui apresentados, as nossas estimativas são:
g= 9,79m/s;  m1=1,16190 Kg;  m2=0,0467 Kg; d1= 0,15m; d2= 0,4m; h0= 0,545m; h1= 0m.
1- Utilizando a Equação 12: ∑τ= 2,0551168 N;
2- Utilizando a Equação 14: ∑I= 0,041762 kg·m²;
3- Utilizando a Equação 13: α= 49,21021024 rads-2;
4- Utilizando a Equação 15: W= 8,789768488 rad/s;
5- Utilizando a Equação 16: V= 3,515907395 m/s2.


Modelo 3D
 Por fim, foi realizado uma modelagem 3D em um CAD, SolidWorks, a fim de visualizar e verificar as dimensões escolhidas pela equipe. Vale ressaltar que se trata de um desenho teórico, que funcionará de base para a construção do projeto.
Figura 3: Catapulta Trebuchet em modelagem 3D. Fonte própria. 
Figura 4: Vista superior da estrutura, com cotas. Fonte própria.
Figura 5: Perspectiva Isométrica da estrutura. Fonte própria. 
Figura 6: Vista lateral da haste, com cotas. Fonte própria.
Figura 7: Vista lateral do compartimento para a anilha. Fonte própria.
 Figura 8: Perspectiva isométrica do compartimento para a anilha. Fonte própria.


 Referências:
[1] - HALLIDAY, David. Física para Cientistas e Engenheiros. Quinta Edição. Rio de Janeiro. LTC Editora. 2004. 368 Páginas.
[2] - CHAVES, Alaor; SAMPAIO, J.F. Física Básica: Mecânica. LTC Editora. Rio de Janeiro,2012. 308 páginas;
[3] - Torque e momento angular. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/physics/ torque-angular-momentum/torque-tutorial/a/torque. Acessado: 30/06/2018 às 22:00 hrs.
[4] - LUCAS, Stephen. Factors affecting the range of a Trebuchet. Disponível em: http://www.ucl.ac.uk/~zcapf71/Trebuchet%20coursework%20for%20website.pdf. 75 pág. Acessado em 06/07/2018.

domingo, 3 de junho de 2018

Primeira Etapa

O Projeto


 Nós, estudantes de Física A Prática do Centro Universitário Senai Cimatec, instruídos pelo orientador MSc. Targino Amorim Neto, fomos desafiados a criar uma catapulta no modelo Trebuchet, a qual deverá ser capaz de lançar um projétil obliquamente. Logo, criou-se este blog com intuito de difundir o projeto nas plataformas digitais. Além disso, o artefato deve ser feito pelos componentes da equipe utilizando palitos de madeira, cola e polímeros, de forma a medir entre 500 a 700 mm de altura, 400 a 500 de largura e comprimento e ser acionado por manivelas e polias. Com isso, para apresentar com convicção a criação do dispositivo, é importante uma contextualização sobre sua história, função e desenvolvimento, então, o grupo reuniu informações importantes para o embasamento histórico.

Contextualização histórica

 A catapulta foi um instrumento elaborado inicialmente pelos gregos, em uma cidade-estado chamada Siracusa a 399 a.C, inspirado em uma arma de lançar pedras usando cordas, conforme afirma a revista  Superinteressante. Posteriormente, os chineses desenvolveram um novo modelo da arma de cerco, o qual se popularizou no Ocidente como "Trebuchet" (ilustrado na figura 1), dessa forma, este dispositivo robusto foi uma importante artilharia no período medieval, em batalhas por territórios, questões religiosas e negociações.

Figura 1: Trabuco medieval. Disponível em: https://www.pinterest.es/pin/380132024788679145/.

 Sobretudo, a arma também ficou conhecida como Trabuco, esse dispositivo possuía maior potencial, pois ,diferente dos demais modelos, não utiliza força de tração ou torção de cordas e sim a gravidade, através de um enorme contrapeso pênsil, para movimentar um braço mecânico que carregava o objeto desejado a ser lançado por grandes distâncias, como por exemplo pedras, materiais e corpos. Desse modo, a energia potencial gravitacional do contrapeso era convertida em cinética, ultrapassando a velocidade das catapultas movidas à tração, com isso , quanto mais pesado fosse o contrapeso, a munição atingiria uma maior distância ( Conforme o "Site de Curiosidades"). Entretanto, com a descoberta da pólvora essa tecnologia também foi ultrapassada e, atualmente, inspira apenas dispositivos para lançamentos de mísseis e foguetes.

Sobre a equipe...

 A Equipe Gama é composta por Brenda Silva de Alencar, Diego Henrique Sousa Lordelo, Mateus Santana da Silva e Lucca Muniz Coelho (representados na figura 2 da esquerda para direita) graduandos em Engenharia Elétrica no Centro Universitário Senai Cimatec. Fomos designados a montar um protótipo de uma catapulta trebuchet orientados pelo MSc Targino Amorim Neto na matéria de Física A Prática. Nós, integrantes da equipe, aceitamos o desafio e nos comprometeremos a criar um protótipo de qualidade. Dessa forma, para nos organizarmos ao longo de todo o período de trabalho, desenvolvemos um cronograma de atividades(Figura 3) e iremos nos basear por ele durante o projeto.



Figura 2. Componentes da equipe da esquerda para direita: Brenda Alencar, Diego Lordelo, Mateus Santana e Lucca Muniz. Fonte: Própria.

Figura 3: Cronograma geral da atividade. Fonte: Própria.

Fontes:
ONÇA, Fabiano. "A mãe de todas as guerras". Revista Superinteressante, 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/a-mae-de-todas-as-guerras/. Acessado em: 03/04/2018.
MIRANDA, Juliana. Site de Curiosidades. Disponível em : https://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/a-historia-do-trabuco.html. Acessado em: 05/06/2018.

Publicado por: Brenda Silva de Alencar